O erro mais sutil que já cometi como dermatologista e por que nunca mais repito

Ao longo da minha trajetória na dermatologia, aprendi que evoluir não é apenas dominar novas técnicas ou acompanhar as evidências científicas. É, sobretudo, refinar a forma como me comunico com cada paciente.

Por isso compartilho aqui um dos erros mais sutis que já cometi e que transformou profundamente a maneira como eu cuido.

A seguir, o conteúdo que publiquei no Instagram, agora explicado com mais profundidade, para que você entenda como a clareza se tornou um pilar do meu atendimento.

 

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Um post compartilhado por Fabi | Médica Dermatologista (@fabianabazanella_dermato)

Quando o receio fala mais alto do que a clareza

No início da minha prática, eu hesitava.
Eu sabia exatamente do que a paciente precisava, mas sentia receio de dizer com toda a clareza. Achava que poderia parecer insensível, que o valor poderia afastar, que a indicação completa poderia soar excessiva.
Com isso, eu acabava recomendando menos do que o caso realmente pedia.

Hoje, olhando para essa fase, vejo que essa hesitação não protegia ninguém. Apenas impedia que a paciente conhecesse todas as possibilidades reais para a própria pele.

O impacto invisível de privar a paciente da escolha

Com o tempo, entendi o que estava por trás disso.
Ao tentar “poupar”, eu tirava da paciente algo essencial: a possibilidade de escolha.

Eu filtrava a indicação com base no que imaginava que ela faria, e não no que a pele — e a sua história — realmente precisavam.

Esse filtro silencioso cria ruídos importantes no tratamento e pode gerar a impressão de que “nada funciona”, quando, na verdade, nunca foi apresentada a estratégia completa.

Essa reflexão mudou a minha forma de exercer a dermatologia.

Evolução da minha prática: clareza, critério e honestidade

Há muito tempo, minha postura mudou.
Hoje explico cada passo com honestidade, precisão e critério. Mostro o que é ideal, o que é possível e o que pode ser feito em etapas.

A paciente merece saber.
Precisa ter todas as cartas na mesa.

Porque mais do que tratar pele, eu trato histórias.
E cada história pede verdade, estratégia e individualidade.

Tratamento sério tem método.
Tem critério.
Tem clareza.

E cuidado de verdade só nasce dentro de uma relação de confiança.

Se você sente que nada funciona na sua pele, pode ser que nunca tenham te explicado tudo o que realmente é possível — e necessário — fazer.

Minha missão é oferecer um cuidado baseado em ciência, propósito e transparência, para que cada decisão seja informada, segura e alinhada ao que faz sentido para você.

A clareza transforma resultados.
E transforma a forma como nos enxergamos na própria pele.