Dermatologia não é Netflix

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15 de outubro de 2025

Nos últimos anos, a medicina estética passou por um crescimento impressionante — e, com ele, vieram também distorções perigosas.

O que antes era campo da ciência e do diagnóstico virou vitrine de promessas, slogans e resultados instantâneos.

Mas dermatologia não é Netflix.

E o paciente não deve escolher um procedimento como quem escolhe um filme no catálogo.

O papel do dermatologista é justamente o oposto: indicar o caminho que faz sentido, com critério, propósito e segurança.

Veja aqui o post que publiquei no Instagram, sobre esse assunto.

O risco da estética transformada em vitrine

O marketing tomou conta da medicina estética. Consultórios viraram cenários, protocolos ganharam nomes comerciais e técnicas médicas passaram a ser tratadas como produtos de prateleira.

O MD Codes, por exemplo, foi criado para sistematizar o preenchimento facial, uma ferramenta técnica, baseada em anatomia e proporções.

Mas, ao longo do tempo, foi reduzido a um “manual” de rostos padronizados.

O mesmo aconteceu com a chamada “harmonização facial”, que perdeu a essência da harmonia e passou a ser associada a exageros.

Quando o marketing ultrapassa a ciência

Não é que as técnicas sejam ruins, elas têm valor quando bem indicadas.

O problema está na superficialidade com que são divulgadas.

Hoje, vemos tratamentos sendo vendidos como promessas de lifting sem cirurgia, “vetores rejuvenescedores” e resultados imediatos — sem diagnóstico, sem critério e sem escuta.

A verdadeira dermatologia estética não começa na seringa ou no laser.

Começa na consulta: na análise minuciosa da face, da estrutura óssea, da história clínica e, principalmente, da relação entre forma e função.

O diagnóstico é o ponto de partida, não o tratamento

Cada rosto conta uma história, e nenhuma técnica isolada é capaz de traduzir isso.

Procedimentos estéticos devem ser indicados com base em exame físico, compreensão da anatomia e dos objetivos do paciente — nunca a partir de tendências.

Quando o diagnóstico é feito com escuta e sensibilidade, o resultado é mais natural, mais duradouro e mais coerente com a identidade de quem o recebe.

No fim, não tratamos um rosto.

Cuidamos de uma pessoa, com medos, expectativas e uma beleza única.

E é justamente isso que aparece nos melhores resultados.

A verdadeira estética não está em seguir protocolos prontos, mas em respeitar o que é singular. Dermatologia é ciência, precisão e cuidado.

E quando cada passo é guiado por diagnóstico e propósito, o resultado vai muito além da aparência: ele devolve equilíbrio, segurança e autenticidade.

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