Etarismo ou mérito | Uma reflexão sobre o Oscar

O tratamento ideal para cicatrizes de acne
20 de fevereiro de 2025
O que é beleza para você?
19 de março de 2025

Não sei se você assistiu aos principais filmes indicados ao Oscar 2025, mas tenho certeza de que a polêmica sobre o prêmio de Melhor Atriz chegou até você, assim como chegou até mim. E isso trouxe uma reflexão que quero compartilhar aqui.

O Oscar deste ano já vinha gerando discussões desde a divulgação dos indicados, mas a disputa mais comentada girava em torno de duas atrizes talentosas, ambas na casa dos 50 anos e vencedoras do Globo de Ouro por seus respectivos papéis. Para a surpresa de muitos, no entanto, a estatueta acabou indo para uma jovem de 25 anos, ainda pouco conhecida pelo grande público.

Isso levanta uma questão importante: podemos realmente comparar a trajetória de Demi Moore e Fernanda Torres com a de uma atriz que tem metade da idade delas? A escolha do Oscar foi pautada em etarismo ou em mérito real?

Fernanda Torres, apesar de não ter uma projeção internacional antes do filme Ainda Estou Aqui e de sua indicação ao Globo de Ouro, tem uma carreira consolidada no Brasil, com trabalhos marcantes no teatro, no cinema e na TV.

Já Demi Moore, em seu discurso no Globo de Ouro, fez uma declaração forte sobre sua trajetória. Durante anos, foi rotulada como uma popcorn actress — uma atriz de filmes leves e comerciais, sem grande reconhecimento artístico. Mas, ao aceitar o desafio de estrelar A Substância, papel que lhe rendeu o prêmio, ela decidiu desafiar essa narrativa:

“Há 30 anos, um produtor me disse que eu era uma ‘atriz de pipoca’. Naquela época, interpretei isso como se não tivesse direito a algo maior, que eu podia fazer filmes lucrativos, mas que nunca seria reconhecida. Eu acreditei nisso. Com o tempo, isso me corroeu a ponto de eu pensar, há alguns anos, que talvez fosse o fim, que eu já tivesse feito tudo o que deveria fazer.” — Demi Moore, em seu discurso no Globo de Ouro.

“Há 30 anos, um produtor me disse que eu era uma ‘atriz de pipoca,’ e, naquela época, eu interpretei isso como se não tivesse direito a algo assim, que eu podia fazer filmes bem-sucedidos e lucrativos, mas que nunca seria reconhecida. Eu acreditei nisso, comprei essa ideia, e, ao longo do tempo, isso me corroeu, a ponto de eu pensar, há alguns anos, que talvez fosse o fim, que talvez eu já tivesse feito tudo o que deveria fazer”.

– Demi Moore em seu discurso no Globo de Ouro

O mais simbólico nisso tudo? Demi Moore é protagonista de um filme que trata exatamente do etarismo e da busca desenfreada por juventude. Na trama, sua personagem é substituída na televisão por uma versão mais jovem e “aperfeiçoada” dela mesma.

Diante disso, fica a reflexão: estamos sendo sistematicamente substituídas por mulheres mais jovens ou essa nova geração simplesmente está conquistando seu espaço por mérito?

Não posso julgar a atuação de nenhuma das três, mas a situação me fez pensar.

E você, o que acha? Vamos continuar essa conversa nos comentários do post no Instagram: [link: https://www.instagram.com/p/DG1Lj6fuzEh/]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *