Você já deve ter escutado que o melasma é uma doença crônica de pele, mas acho que o que nunca te falaram é que o melasma está longe de ser somente uma mancha. Por isso, tratá-lo apenas como um excesso de pigmento na pele pode não funcionar tão bem quanto você espera.
Hoje, vou te explicar a complexidade do melasma e seus subtipos. Dessa forma, vamos entender por que nem todo melasma é igual.
Assista aqui o vídeo que publiquei no Instagram sobre esse assunto e continue lendo para entender mais:
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Quem possui melasma muitas vezes tem uma mudança no funcionamento da sua pele como um todo. E quando finalmente entendemos isso, é quando vamos conseguir ter um tratamento bem-sucedido.
Uma pele com melasma pode apresentar diversas alterações. Na epiderme, na membrana basal e na derme.
Essas alterações favorecem a migração dos melanócitos para camadas mais profundas da pele, contribuindo para uma hiperpigmentação persistente.
Apesar de uma pele com melasma poder ser mais sensível, irritável, com mais dano solar, maior vascularização ou pigmento profundo, isso não significa que todos os pacientes compartilhem das mesmas alterações.
O grande erro é tratar todos os pacientes com melasma da mesma forma.
Sabemos que há fatores universais como a piora com exposição ao sol e à luz visível.
E aqui também tem um ponto de atenção: manchas de pele associadas à exposição solar muitas vezes são diagnosticadas incorretamente como melasma. Entender essas diferenças é essencial para tratar com eficácia essas manchas.
A questão hormonal também pode influenciar, mas nem toda paciente terá, por exemplo, um componente hormonal relevante. Algumas podem notar piora na gestação ou com o início de um anticoncepcional hormonal. E, por isso, suspender o hormônio nem sempre reverterá o quadro.
Pacientes com melasma superficial e mais recente podem melhorar com medidas simples: o uso correto do protetor solar e um clareador adequado.
– Melasma Superficial
Pacientes com esse subtipo tendem a ter pouca resposta aos clareadores tradicionais.
Nesses casos, os ativos como ácido tranexâmico, thiamidol e ácido azelaico são opções, mas geralmente precisam ser associados a estratégias que melhorem a qualidade da pele e tratem os vasos, como o uso combinado de laser e microagulhamento robótico.
– Melasma Vascular
Pacientes com esse subtipo podem ter uma boa resposta ao uso de clareadores combinados com ácido retinoico.
Mas o resultado real acontece quando o foco se amplia, ao tratar também os sinais de fotoenvelhecimento e melhorar a barreira cutânea.
Melasmas profundos (atingindo a derme) ou mistos (atingindo derme e epiderme) dificilmente respondem apenas aos clareadores.
Esses casos exigem paciência e a associação de múltiplos procedimentos, realizados com calma, estratégia e ao longo do tempo, como o microagulhamento robótico, o laser Q-Switched e, em alguns casos, a terapia fotobiodinâmica.
– Melasma Profundo
– Melasma Misto
Agora que você já sabe que o melasma é uma condição de pele extremamente complexa, fica mais fácil entender por que o maior erro que observo na prática clínica é ver pacientes com subtipos diferentes que, por anos, tentaram tratar suas manchas da mesma forma, sem sucesso.
Tratar todos da mesma maneira, apostando em métodos agressivos e resultados imediatos, é algo relativamente comum. Mas também é um grande equívoco.
Para definir o melhor tratamento, é essencial examinar a pele com atenção. Recursos como a lâmpada de Wood e a dermatoscopia ajudam a avaliar a profundidade das manchas, o padrão vascular e outras características fundamentais para uma conduta mais precisa.
O caminho mais seguro, e mais eficaz, está na personalização do tratamento. Sem modismos, sem promessas vazias. Com um cuidado contínuo, embasado em ciência, que respeita não só as particularidades da pele, mas também o estilo de vida de cada paciente.
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