A verdade sobre o preenchimento de olheiras

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Por que nem sempre ele é o melhor caminho?

Recebo diariamente perguntas sobre preenchimento de olheiras. E, apesar de ser um dos procedimentos mais divulgados nas redes, nem sempre ele é o mais indicado — e em muitos casos, pode até piorar o quadro.

Isso porque o preenchimento com ácido hialurônico só funciona quando o problema está ligado à perda de volume. E essa é apenas uma das muitas causas possíveis para o aspecto escurecido ou fundo ao redor dos olhos.

Por que o preenchimento pode piorar o aspecto das olheiras?

Antes de tudo, é importante entender:
A presença de um sulco entre a pálpebra e a bochecha é anatomicamente esperada. Mas a estética dos filtros nos acostumou a acreditar que não deveria haver transição ali.

Essa região é composta por estruturas profundas — osso, gordura, ligamentos — cobertas por uma pele muito fina, e com um sistema linfático naturalmente mais lento. Quando o ácido hialurônico é aplicado sem precisão (ou em excesso), pode comprimir vasos, agravar inchaços ou deixar a pele com aspecto irregular.

Por isso, a indicação correta depende de um diagnóstico cuidadoso. Tratar sem avaliar a causa é um risco real — e pode piorar o que já incomodava.

As causas mais comuns de olheiras (e por que cada uma pede uma abordagem diferente):

1. Pigmentação

Na prática, a maioria das pacientes que acha ter olheira pigmentada não tem. A avaliação com dermatoscopia é essencial para diferenciar real acúmulo de melanina de um simples jogo de luz e sombra.

Quando há pigmento, o tratamento é com clareadores e tecnologias como o laser.
Quando há sombra, o preenchimento pode ser útil — mas são abordagens completamente diferentes.

 

 

2. Vasos aparentes e pele fina

A transparência da pele faz com que os vasos da região fiquem visíveis, resultando em uma tonalidade violácea.

O ácido hialurônico pode ajudar, mas exige cuidado extremo na aplicação. O ideal é combinar com estímulo de colágeno e melhora da espessura da pele com tecnologias específicas.

 

3. Flacidez, rugas e perda de suporte

Com o tempo, perdemos gordura e até estrutura óssea, e isso acentua a sombra entre pálpebra e bochecha.

Nestes casos, o preenchimento pode fazer parte do plano — mas não sem antes abordar a flacidez com bioestimuladores, ultrassom microfocado e até laser, conforme a indicação.

 

4. Bolsas de gordura e hipertrofia muscular

O aumento do volume da gordura palpebral pode projetar sombra, dando a impressão de olheiras ou inchaço constante.

Já em pacientes jovens, a contração muscular exagerada — comum em quem tem rinite ou dermatite — também marca a região.
Aqui, as estratégias vão desde a toxina botulínica até o uso de tecnologias, e em alguns casos, cirurgia.

Afinal, como resolver as olheiras?

Não existe fórmula pronta.
Mas existe diagnóstico — e isso faz toda a diferença.

Além da avaliação clínica detalhada, utilizo o ultrassom portátil para analisar em tempo real a profundidade do osso, músculo e gordura em relação à pele. Isso nos dá segurança para decidir se o preenchimento é indicado ou não e o melhor tratamento.

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